segunda-feira, 4 de agosto de 2008





(Fragmento de texto publicado originalmente em 29.06.08, no meu blog)

Ontem fui convidado a falar sobre a minha auto-produção poética, como um operário da contra-indústria, para os alunos do curso de pós-graduação em Comunicação da Universidade Franciscana aqui em Santa Maria-RS. Foi bacana. Isso me lembrou de um grato encontro que tive com dois desses operários e do que resultou disso.

O vídeo acima é da matéria que foi ao ar pela Rede Minas, em 2006, no lançamento do nº1 da Revista de Autofagia, em Belorizonte, editada pelos poetamigos Makely Ka e Bruno Brum.

Na matéria estão os editores, eu, Nicolas Behr e Luciana Tonelli. Foram três dias seguidos de eventos na cidade. Eu só pude ficar dois. Ótima recepção, gente boa e inteligente. BH foi uma surpresa agradável.


"Cavalo do Verbo"

5 comentários:

Renato Villaça disse...

Sahea

Bem vindo ao blog. Ele é todo nosso. Tomemos isto como a primeira discussão conceitual que brota da forma do seu texto. E as formas muitas vezes nos traem, não é mesmo? Mas tive uma orientadora chamada Vera França que me disse que os conceitos carregam toda uma história de seus empregos. E ela fala mais sobre eles do que supomos.

Minha única, e aparentemente besta, objeção é quanto ao emprego da palavra “operário” da contra-indústria. Acho que uma CONTRA-INDÚSTRIA deve, antes de tudo, quebrar os moldes da hierarquia e da divisão social moderna do trabalho. Afinal, os “auto-produtores” (outro termo que aparecerá frequentemente por aqui) são, antes de tudo, “desespecialistas” (ups... mais um...). Um operário é alguém que vende sua força de trabalho (pouco qualificada e especializada em uma tarefa quase sempre mecânica) ao detentor do capital, ou seja, dos meios de produção.

Acho que a situação não se aplica neste caso. Apesar de utilizar criativamente e marginalmente as técnicas, suportes e táticas do sistema de reprodução do capital, a CONTRA-INDÚSTRIA (numa proposição digamos, “utópica”), faz isso em nome de seu contrário. E de uma forma totalmente artesanal.

Não tenho nenhum termo que substitua “operário” para propor. Alguém tem alguma sugestão?

Um abraço.


Domador de Relâmpagos.

Renato Villaça disse...

ups...


mas fora isso...
é claro que eu concordo com tudo o que disse!
afinal, estive também nesse troço aí. terminou tudo no bolão.

marcelo sahea disse...

Querido Domador,
uso o termo "operário", como quem diz: "artífice", "fabricante", "abelha" (ou seria melhor "zangão"?).
Mas, para não te deixar a ver navios, te sugiro o termo "contra-operário". Pois não?

Dois abraços.

Cavalo do Verbo

Renato Villaça disse...

concordo!
é claro!
como não?

Guilherme Castro disse...

Contra-operário é um bom termo!